quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Publicações com o Lacarmélio

Essa reportagem foi feita no jornal  O TempoLacarmélio Alfêo de Araújo, 52, é a identidade secreta de Celton, o herói das revistas em quadrinhos que ele cria, edita e vende no trânsito. "Minha placa está para mim, assim como a teia para o Homem-Aranha. Sem ela, consigo andar tranquilamente na rua. Com ela, todos me conhecem", afirma o quadrinista, tema do recém-lançado livro "O Fazedor de Histórias" (Editora 361), escrito por Fidélis Alcântara.
Celton, o personagem, nasceu em 1981, mas só emplacou em 1998, quando Araújo, após uma interrupção de cinco anos na produção, não conseguiu ficar longe dos quadrinhos e, com o incentivo da mulher, Cássia, reformulou a revista e recomeçou a numeração.
A grande sacada, considera o autor, foi colocar Belo Horizonte como cenário e representar seus personagens e lendas, como no título "O Combate do Presidente com o Capeta do Vilarinho". A relação de Araújo com as ruas da capital é antiga. "Tão logo a gente se mudou, parti pra rua atrás de grana. Vendi mexerica, doce, picolé. Hoje, entendo que essa experiência quando adolescente me formou", conta.
Já o talento para desenhar e criar histórias foi sendo maturado desde a infância, em Itabirinha de Mantena (a 430 km de BH). Aos 6 anos, lia quadrinhos "para maiores de 13 anos" escondido da mãe, que o autorizava a ler apenas Tio Patinhas e outros títulos da Disney.
Mas foi no cinema que, ainda criança, arrebatou primeiro o público. "Desenhava numa fita de celofane e projetava com lanterna uma imagem colorida, que só o meu cineminha tinha. O ingresso eram cinco palitinhos de fósforo", lembra.Nas adaptações para o "cineminha", Tarzan, Cavaleiro Negro, Flecha Ligeira, Zorro e Homem-Aranha eram os principais personagens. Os heróis, porém, vêm perdendo influência nas tramas de Celton. "Estou cada vez mais voltado para histórias do cotidiano, que podem acontecer com qualquer um. Com sensibilidade, é possível criar uma boa história com uma pessoa passando pela roleta do ônibus. Criar história de aventura é fácil", explica Araújo, que contabiliza mais de 60 títulos e adianta: o próximo número terá cenas em São Paulo, cidade onde também tem vendido revistas. Afinal, onde houver um engarrafamento, lá estará Celton, a bordo de sua moto "Cegezinha", companheira inseparável de aventuras e desventuras pela cidade.

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